Silêncio eloquente.


Tudo o que eu queria era ouvir suas desculpas sinceras. Ou quem sabe uma voz gritando comigo toda sorte de coisas que eu não quero ouvir, porque ao menos estaríamos progredindo para uma reconciliação. Foi você, ou fui eu? Passamos juntos, então? Cruzamos essa linha de mãos dadas, chegamos ao ponto sem retorno, e a pergunta final é: Quanto tempo levará até que as chamas nos consumam?
E seu silêncio arrastado me coagindo, me afastando. Me afastando da sua vida, de quem você é, é isso o que você faz, não é? Ouvir sua voz tremendo, chateado comigo, é dizer o que você pensa e jogar limpo. Mas seu silêncio arquiteta planos que não são compartilhados. Continue. Continue. Me afaste mais uma vez, e assim o meu silêncio ferido reinará, sendo assim, a ante-sala do fim que você mesmo vai determinar. Eu sinto você. Imploro pra que você me sinta também, mas você não consegue, porque como todos os outros tudo o que você enxerga é essa máscara feia e altiva, orgulhosa e tenaz. Você não enxerga meu amor, e o atropela com suas palavras mordazes.
Você não vai conseguir me curar, vai? Enquanto agirmos assim, ninguém vai ser curado. Mas o silêncio permanece.
O silêncio perturbador, o silêncio que fala.

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