Catártica catástrofe - As coisas presas na garganta

Quando acordei, não pensei em você. Porque estava cansada de tudo o que você é, diz e faz.
Venho vivendo essa paixão intensa e altruísta em diversos níveis há tantos meses, alimentando esperanças e diluindo minha fé em você em lágrimas que me fazem ver branco.
Mas nada muda. Nada melhora. Porque eu estou aqui. Porque eu não vou embora.
Por que eu estou aqui? Por que eu não vou embora?
Tenho em você a figura vã de um amigo e um cúmplice, mas você não é capaz de manter meus segredos nem lidar com meu afeto. Enquanto eu designo pros seus olhos um espaço especial no meu mundo, você ignora meu olhar. Você fala de algumas meninas que já passaram pela sua vida, como se elas não tivessem significado nenhum. Dificilmente elas tem nome. Quando tem, elas tem nomes e características muito marcantes: Chata, falastrona, irritante, idiota, cansativa...
Você fala de todas elas e de nenhuma. Fala delas para mim, e eu ouço como se fosse especial. Mas eu ganho o mesmo nome que todas as outras nas suas conversas. Eu tenho tanta importância quanto elas: Nenhuma.
Então que afeto tão especial é esse que eu te dedico de forma tão pouco egoísta? Que amor é esse que eu te disponho sem esperar nem querer nada em troca, e recebendo mágoa e mentira?
Por ser disponível demais, eu não ganho prêmio nenhum. Eu não ganho inteiro, eu ganho migalha. Eu não sou parte dos seus planos pra mudar, e estou presa nesse limbo há tanto tempo que só consigo entender que eu mereço mais.
Estou cansada do seu personagem, amor.
Estou cansada de amar quem não existe.
E como você tão bem me disse há algum tempo atrás, estou cansada de você.

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