Meu rosto na página de pessoas desaparecidas (crônica de desconhecer)

Sentada na arquibancada
Sorrindo e suando
Incrédula e absolutamente feliz
Olho pro lado, te dou a mão.
São vozes que gritam clamam sufocam
Choram gemem asfixiam
E as nossas vozes
E a sua voz que fala qualquer coisa sobre mim
E de repente, como um furacão
Ela me atinge
Pior do que ódio amor ressaca rejeição
Era a dúvida do que viria a seguir
E eu olho pra você desconsolada
Como se bem ali você se desfizesse
Estou cercada pelos seus amigos
E por lembranças de um alguém que jamais existiu.
Você vai sumir se for pra Europa? Você vai sumir se não atender ao telefone? Você vai sumir se?
Você vai sumir?
Quando?
Ou sou eu quem vai desaparecer pra você?

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