Por onde chegam as nuvens

Não me deixo abater, porque nasci da tempestade. Sou filha dos ventos, mãe de feras selvagens. Habito onde quero habitar, corações impenetráveis, mentes aguçadas. A dor é meu escudo, o ímpeto meu estandarte de guerra. Se ajoelho-me diante do golpe, não titubeio -- levanto. Soluciono. Aceito comiseravelmente as consequências da luta, e só aí, choro. Mas não choro de dor ou desespero. Choro o choro do sacrifício.
Não me permito desistir, porque fui feita na perseverança e no aço. Não há parede que me separe do meu desejo-destino, porque sou o que desejo destinado e obstinado. Não há morte que me amedronte, porque sou a minha própria morte. Sou minha própria vida. Sou eu, meu tudo, meu ser. E ninguém vai mais longe.
Não direi que não caio, mas não afundo meu corpo no concreto e na desilusão. Não direi que não choro, mas não me abandono à solidão. Pois sou o que sou: Uma lutadora eterna. Coração dado, entregue. Espírito inabalável. E quando não houver mais ninguém, estarei comigo mesma. Por mim mesma.
Se é mais fácil ser feliz do que ser livre, não sei se por estupidez ou falta de senso, ainda escolho minha liberdade.

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