Se tiver que ir

Se nesses dias você resolver ir embora pra sempre e me fizer tirar sua foto do meu mural, não vou manchar seu nome. Não vou derramar lágrimas de ódio, só de saudade e pesar. E se numa dessas manhãs você decidir que já não suporta mais meus toques na sua vida, não vou me indignar contra sua grosseria nem contra seu mau-humor. Não vou negar sua necessidade de espaço nem minha necessidade de amor.
Não vou dizer palavra ruim. Não vou guardar rancor.
Durante um ano eu tive amor, e nunca tive que prestar contas a ninguém. Durante um ano, tive as melhores noites, as mais altas gargalhadas e os melhores orgasmos de uma existência. E nunca recompensei ninguém além de mim mesma por isso. Nunca devolvi nada ao Universo por tanta coisa linda.
Durante todo esse tempo, tive chocolates e os melhores seriados do Joss Whedon. E ninguém no mundo pode estimar o valor disso.
Durante meses e meses, e dias e noites, assisti você sorrir. Assisti você vibrar. Ouvi você cantar, falar e até gritar comigo vez ou outra. Durante muitas e muitas horas só quis olhar pra você e colar sua imagem na minha retina e seu cheiro na minha rotina. E durante outras horas intermináveis, acariciei sua barba até você dormir e começar a roncar  (e até isso eu achava incrivelmente doce).
Por tanto tempo, tive a transcrição da minha felicidade nos dias e noites e praias e tardes e parques e festas e camas que passamos juntos. E se o amor é linguagem, pra mim, você eternizou palavra.
E se você, que está há algum tempo e estará para sempre escrito em mim, na minha pele e no meu coração, decidir que precisa ir embora, vá.
Mas leve com você o meu amor.
O meu agradecimento.
Meus olhos generosos que te viam como a melhor pessoa mais defeituosa do mundo.




(Mas se eu pedir, volta?)

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