Aluguel

Eu cansei desse amor alugado
Que sempre me sai mais caro
Agora quero amor-próprio
Que banca meus próprios erros.

Pra nunca mais pensar que você quis morar comigo, amar comigo, dormir comigo, estar comigo, comer comigo, chorar comigo, gritar comigo, matar comigo, correr comigo, viver comigo e morrer comigo
Vou pensar em como é possível, provável e até confortável fazer tudo isso sozinha
por conta própria

Porque honestamente, não se aprende a viver. Não se aprende a viver de ninguém, pra ninguém, e a coisa mais próxima de entender o que é essa bagunça de viver é quando a gente vê a morte
E como a nossa morte agora me encara com olhos profundos, furados e escuros,
Eu me aproprio das palavras de todo mundo, e da voz do mundo inteiro, e da dor e dos remendos e dos remédios de todas as almas que existem, pra poder dizer
(não convicta, meio cambaleante, mas ainda assim dizer)
Que a vida segue, e eu sigo também.
E viver é só seguir a vida e deixá-la ser por si só
E só seguir a vida e deixar-se ser, por si, só.

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