Quando chegar no fim do livro.

Seres humanos são, de longe, a raça mais estranha que habita o planeta Terra. Talvez até mesmo a raça mais estranha de todas as galáxias.

Como podemos nós, um parte tão insignificante do Universo, nos sentirmos tão imponentes?

Como, ser humano?

Vivemos em uma galáxia que mal saiu das fraldas, em um sistema solar minúsculo, em um planeta que ainda é projeto, e temos a coragem de ser arrogantes.

Temos a audácia de acreditar que há um objetivo maior.

Seres humanos. Quem somos? Por que somos?

Somos bolsas de pus. Somos uma experiência de carne, ossos, sangue e vontades. Desejos obscuros, necessidades ligeiramente patéticas. Somos cheios dessa vontade de querer e querer e cobiçar. Vivemos querendo o querer, porque quando você sacia sua vontade, um bilhão de novas metas surgem em sua vida. Vida insignificante. Quem somos nós diante da morte, que carrega almas em seus ombros há anos e anos e decádas e séculos e milênios, sem parar nem um segundo?

Seres humanos são criaturas esquisitas.

Por que, ser humano, subestimas tua natureza? Por que destróis, pisas e assassinas tua própria mãe? E ser humano, como podes tu dizer-te humano, e matar os teus? Como podes tornar-te assassino de tua própria espécie?

Por que, ser humano, tu trais teu próprio Deus em nome Dele mesmo, e o cita como o dono de uma fúria inexistente? Esta fúria vem de ti e te consome.

Sempre tão certos. Sempre tão convencidos.

Nós não sabemos viver. Vivemos em sofrimento, nessa busca desesperada, tentando nos convencer que há um objetivo. Mas não há.

A vida é falta de objetivo. Transigência e intransigência coexistindo com uma perfeição inigualável.

Jamais alcançaremos esse entendimento. Um dia, a ignorância e a falta de escrúpulos hão de ser eliminadas.

Um dia, a religião e a ciência andarão juntas.

Um dia, o ser humano vai ter respeito e consciência.

Mas não hoje, não agora. Não presenciaremos isso.

Vida curta, vida breve. Vida insignificante.

Seres humanos são esquisitos. Estranhos.

Mas evoluir não é impossível.

... Pela esperança de evolução e revolução da nossa medíocre raça.