Mosaicos.
De todas as primaveras que já tive,
Muitas mulheres eu fui.
Na paz fui Pollyana,
De olhos claros e casto coração.
Nos dias mais selvagens fui Catherine,
De língua ferina e lábios doces.
De língua ferina e lábios doces.
Já fui Amélie, vivi de emoções,
de peito aberto, de pueris ilusões.
Em inocência fui Christine,
Cantei como um anjo de voz cândida,
embora jamais tivesse preferido o amor juvenil.
Nos dias mais obscuros cheguei a ser Capitu,
cigana dissimulada e faceira.
Fui também Satine,
e troquei a luxúria dos diamantes pela simplicidade do romance real.
Mas de todas as que fui,
Mas de todas as que fui,
A nenhuma fui fiel.
Vivi como mulher,
Brinquei como menina,
Amei.
Portei-me como fera,
Fiz anjos e homens chorar.
Morri como heroína,
Em carne e doçura femininas,
Suave até no brilho do olhar.
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