A esquecer

Sozinha no quarto
As gotas batem no vidro
Elos frágeis, linda farsa
Um coração de cristal foi partido

O café esfriou e o sol já saiu
Você nunca esteve aqui
Você jamais foi meu refúgio
Apenas assistiu enquanto eu caí

Todas essas mentiras e sua dissimulação
Tudo é tão poético
A princesa de sal deixa seus braços no chão
Em mais um desses términos patéticos

Pois ela prefere suas drogas, deveras prazerosas,
No meio desse show de horror.
Não quer mais saber dos chocolates ou das rosas,
Da ilusão comercial que é o amor.

Deixe como herança seu belo truque,
Essa esperança de retorno como folhas quebradiças.
A recaída é o outono,
Onde não existem flores pra indicar o caminho.

Não, não ouça a estática da TV,
Não, não toque nesse colar.
Não, não sofra, nem se obrigue
A esquecer.


(D. Disnard)

P.s.: O poema data de outubro de 2009.

Comentários

Postagens mais visitadas