Maelo



Aos 10, conheci uma menina de cabelos encaracolados e um gosto por livros
Olhos brilhando e discurso de mulher decidida
Opiniões que preenchiam silêncios que eu ainda não entendia

Aos 14, usamos aparelhos nos dentes e cantamos no carro da mãe dela
Subindo a serra e imaginando o que seria da nossa vida
Vendo tudo através do nosso realismo mágico moldado por Harry Potter e muitas comédias românticas

Comemoramos Natais e reveillons juntas. No meu primeiro término, eu cheguei na casa dela aos prantos e ela gargalhava de nervoso.

Ela, sempre presente.
Ela, que todos perguntavam se era minha irmã.
Ela, que não sabe fazer o três e que até hoje ri como uma criança.
Ela, uma força da natureza, mãos feitas de amor e suor
Ela, que esteve comigo nos melhores e piores momentos da minja vida
Ela, minha irmã.

Aos 25, eu a apresento como minha irmã.
Ela, meu farol cheio de luz.
Ela, mãos firmes me sacudindo pelos ombros pra me trazer de volta.
Ela, ainda com a mesma voz, ainda com o mesmo cuidado.

Maelo, minha irmã que me lembra de viver. Que ainda faz festas do pijama comigo. Que esconde tanta fragilidade e doçura e carisma por trás de sobrancelhas levantadas.

Se ainda me resta orgulho pra sentir, eu o sinto todas as vezes que olham pra mim e pensam que eu sou sua irmã - que maravilhoso seria ser força e poesia e honestidade e coragem como minha Maelo.

Aos 10, nós sonhamos sobre o que seríamos quando crescessemos.

Aos 25, eu sonho em ser sua irmã nessa vida e em todas as que vierem.

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