Apinéia.




Apinéia sem sono, falta de ar e de fôlego.


Falta chão, falta pulmão.


Só o que não falta é o coração.


Coração maldito, que controla meus lábios tão perversos e minha língua ferina.


Oh, essas palavras não são minhas.


Não, eu não quero te ferir. Perdão, não era minha intenção.


Eu fiz isso, não fiz?


Eu não queria. Nunca quis me defender de você.


Não, não. Sem guardas para ele.


Afinal, é ele.


Essas guardas não me obedecem. Minha boca profana


sente as dores


do meu coração ultrassensível.


Estou sufocada em mim mesma, da minha pessoa, pelo meu eu.


Apinéia, falta de ar, pretensão, perversão. Crueldade.

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