Último Romance.

A vida mudou. O mais curioso é exatamente esse fato: a mudança. E talvez você questione e simplesmente seja incapaz de entender como é que aquele sorriso poderia manter o meu universo no lugar. Como é que aqueles olhos poderiam me impressionar e me perturbar tanto, ao mesmo tempo? Mas você, caro amigo, não desvendou o sorriso dele. Não sentiu a poesia naquele olhar. Esse tipo de coisa poderia mudar qualquer pessoa.
Naquele segundo, era como se não houvesse ar. Como se o mundo fosse um grande amontoado de vácuo e ignorância, e talvez só ele fosse capaz de preenchê-lo, surpreendentemente, com alguma alegria. Era como se, talvez, houvesse alguma possibilidade de finalmente ser recompensada de alguma maneira.
E então, ele não entenderia. Ele, assim como você, seria incapaz de compreender a diferença que faz na minha vida. A enorme diferença entre o 'antes' e 'depois' daquela sexta-feira de ventania. E talvez toda a ventania tenha realmente levado embora todas as lembranças ruins que me cercavam, e tenha trazido algo bom.
Algo bom, definido nele e por ele. Ele.
Indefinido. Inacreditável. Incrível. Verdadeira dádiva.
E, a despeito dos meus grandes medos e minha desconfiança eterna e incorrigível, eu me sinto segura com ele. Eu sinto sua falta, e o tempo se arrasta, como se alguma coisa me prendesse, como se eu estivesse presa em sua órbita -- e essa sensação é indescritível. Não quero que passe. Não vai passar. E por enquanto, isso basta.

Comentários

Postagens mais visitadas