Monólogos insones e palavras repetidas (o incurável medo)

Eu não sei quando vou te perder.
Não sei quando vou te abraçar mais uma vez, nem se vou voltar a sentir seu cheiro.
Mas principalmente, não sei quando vou te perder.
Não sei pra quem vou te perder.
Não sei se qualquer pensamento que eu tiver pode ser o começo de tudo.
Não sei quem vai ser a pessoa a arrebatar seu sorriso e coração e te afastar do que eu sinto tão desamparadamente.
Eu não sei quando vou te perder.
Na verdade, sei de poucas coisas. Sei que nesse momento, preciso muito de um cigarro.
Talvez você tenha um cigarro, mas não possa me ajudar agora.
Eu não sei onde você está, então você está longe.
Eu não sei quando vou te perder.
Talvez eu já tenha te perdido.
Talvez não perca jamais e por isso perca todas as vezes.
Talvez eu esteja perdida.
Talvez você possa me encontrar.
Talvez você me indique uma estrela que me leve pra longe desses olhos claros de rotina e tédio.
Talvez você também não saiba chegar.
Eu não sei quando vou te perder.
Estou perdida.

Comentários

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  2. Gostei do título do blog, interessante a questão do pecado em contraponto com a redenção cristã, que é o que tenho mais lido sobre ultimamente, e sempre esse medo do pecado e medo da redenção, a culpa, o desespero, o caminho sem volta, esse paradoxo que é a vida. Gostei desse texto, me identifiquei, se não tivesse sido vc que escrevesse talvez eu teria escrito, principalmente pela parte do cigarro, hahaha, brincadeira, muito bom.

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