Zero

Como um cachorro correndo atrás do rabo
E lambendo a mão que o espanca
Estou presa nesse ciclo vicioso
Nesse círculo de vícios
Nas mesmas palavras complacentes

E reclamo ao coração: por que não é mais arredio?
Se não se rebela na violência, não se supera na coragem ou sequer se enobrece na sua própria ausência
Se não há força suficiente para viver nem insanidade suficiente pra morrer
Paralisada estou
Nem vivo, nem morro, só penso
Pensando e pendendo

De um lado pro outro, cada vez mais rápido
Altos cada vez mais altos (euforia!)
Baixos cada vez mais baixos (catástrofe!)
Até dar a volta completa
Entrar no giro freqüente
No ritmo cadenciado
No torpor dos (dor)mentes
Como um cão que corre atrás do próprio rabo
Raivoso, eufórico, e na realidade, indiferente.


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