Ana e o oceano

Você é uma menina com olhos de mar. Eu olho pros seus olhos grandes e perplexos com o mundo, e pro seu sorriso doce, e me sinto abraçada pelo oceano.
Você é uma mulher com olhos de mãe. Eu quero chorar e encontro seu olhar e me sinto protegida. Sem razão. Com todas as razões do mundo.
Eu queria tanto te dar um abraço apertado todos os dias e te agradecer por nunca gritar comigo, por ter sempre uma voz doce, por apoiar meus sonhos de artista e por me oferecer o telefone dos seus médicos. Queria tanto dizer pra você o quanto significou quando minha cachorrinha morreu e você me deixou manchar seus ombros de bailarina clássica com mil lágrimas pesadas e mornas.
Eu queria agradecer por ter você na minha vida, dançando, sorrindo e me inspirando com seus olhos de mar. Gigantes, melancólicos e tão claros.
Eu queria te dar flores, mas você já tem a Frô mais linda do mundo pra colorir seu mundo.
Eu queria ser mais como você. Com toda essa coragem. Com toda essa energia. Com tanta água azul dentro dos olhos, com tanta profundidade, com tanta poesia.
Eu queria ter sua decência, sua elegância, sua compaixão e seu pensamento positivo. Queria ter a coragem que você tem pra sair da cama e começar o dia, pra cair na cama aos prantos e tremer. Você é a pessoa mais corajosa do mundo por ser tudo o que você é. Você é a pessoa mais corajosa do mundo por ter coragem de ser pessoa, num mundo onde quase ninguém é.
Eu queria tanta coisa, que nem percebo que já tenho. Através de você.
Como todos os olhares que você me dá, como se dissesse que entende, eu te entendo de volta. Eu te sigo. E talvez até te ensine. E te absorva através do carinho e doçura que você distribui por toda a minha vida, com tanta generosidade que a gente nem entende bem se você é mesmo uma pessoa ou uma fada, um anjo ou uma sílfide.
Obrigada, minha bailarina com olhos de mar. Obrigada por aplacar minha angústia flamejante, por parar meu choro infantil e por segurar minhas mãos.
Obrigada por suportar o que você suporta e ainda ser gentil. Obrigada por desatinar de felicidade e ainda se preocupar com o meu dia. Obrigada por me ligar nas minhas noites de doença e por me abraçar nas minhas tardes de melancolia.
Obrigada pela sua humanidade infinita. Obrigada por ser poesia.


À Ana, minha mestre, minha amiga, minha inspiração.

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