A nossa (dú)vida - pt. II
- O que você quer, afinal?
A pergunta me encarou nos olhos e me chacoalhou pelos ombros. Eu, em silêncio, mortificada. Você, cheio de raiva, cheio de rancor, cheio de orgulho... Ferido. O que eu queria?
Eu queria respeito. Eu queria carinho. Eu queria autenticidade. -- Não, não. Eu queria significado. Despi o número que você me deu e o amassei. Arremessei bem em direção ao seu peito, e você, muito chocado e sem entender, disse que eu tinha muito sangue frio.
Por isso, o encarei com dor e amor exposto, e cuspi em seu orgulho, em seu falso estilo de vida e em tudo o que você considerava real. Quis expor sua farsa, sua vida plástica e sem significado. Quis gritar contigo e arruiná-lo em sua dormência. E por ironia ou golpe do meu subconsciente, lembrei que sempre te descreviam como uma pessoa autêntica.
Corri pra fora, com as lágrimas que insistiam em se equilibrar nos cílios. Dá pra ser autêntico sendo personagem, pequena. Dá pra ser sincero vestindo máscara. Mas não alcancei a esquina antes de desabar. Senti todas aquelas memórias passando por mim rápido demais e desejei ter esquecido algum brinco, cordão ou beijo no seu apartamento, pra ter um motivo pra voltar. Porque eu sabia que se fosse embora, você não me pediria pra ficar. Você não me pediria pra voltar.
Daí você surge na esquina, vestindo sua camisa amassada, sua cueca de dormir e um par de olhos chorosos. Por que você estava chorando, querido?
Você me leva pra cima sem saber o que eu quero, e eu esqueço que eu queria ficar longe pra saber se podia ser adorada por você. Me esqueço na sua cadeira enquanto percebo que você só me trouxe naquele lugar pra me mandar embora, de novo. Quando eu já tinha ido. Quando eu tinha tentado fazer essa escolha. E por algum motivo, eu fico. E você quer que eu fique.
O que queremos? Nos desculpar. Nos embolar e nos confundir.
Sobre você e eu, sobre o nós que não existe: Ficamos. Ficamos só mais um dia ou uma noite, e ficamos até não haver mais nada.
O que te impede de ficar sem medo, querido?
A pergunta me encarou nos olhos e me chacoalhou pelos ombros. Eu, em silêncio, mortificada. Você, cheio de raiva, cheio de rancor, cheio de orgulho... Ferido. O que eu queria?
Eu queria respeito. Eu queria carinho. Eu queria autenticidade. -- Não, não. Eu queria significado. Despi o número que você me deu e o amassei. Arremessei bem em direção ao seu peito, e você, muito chocado e sem entender, disse que eu tinha muito sangue frio.
Por isso, o encarei com dor e amor exposto, e cuspi em seu orgulho, em seu falso estilo de vida e em tudo o que você considerava real. Quis expor sua farsa, sua vida plástica e sem significado. Quis gritar contigo e arruiná-lo em sua dormência. E por ironia ou golpe do meu subconsciente, lembrei que sempre te descreviam como uma pessoa autêntica.
Corri pra fora, com as lágrimas que insistiam em se equilibrar nos cílios. Dá pra ser autêntico sendo personagem, pequena. Dá pra ser sincero vestindo máscara. Mas não alcancei a esquina antes de desabar. Senti todas aquelas memórias passando por mim rápido demais e desejei ter esquecido algum brinco, cordão ou beijo no seu apartamento, pra ter um motivo pra voltar. Porque eu sabia que se fosse embora, você não me pediria pra ficar. Você não me pediria pra voltar.
Daí você surge na esquina, vestindo sua camisa amassada, sua cueca de dormir e um par de olhos chorosos. Por que você estava chorando, querido?
Você me leva pra cima sem saber o que eu quero, e eu esqueço que eu queria ficar longe pra saber se podia ser adorada por você. Me esqueço na sua cadeira enquanto percebo que você só me trouxe naquele lugar pra me mandar embora, de novo. Quando eu já tinha ido. Quando eu tinha tentado fazer essa escolha. E por algum motivo, eu fico. E você quer que eu fique.
O que queremos? Nos desculpar. Nos embolar e nos confundir.
Sobre você e eu, sobre o nós que não existe: Ficamos. Ficamos só mais um dia ou uma noite, e ficamos até não haver mais nada.
O que te impede de ficar sem medo, querido?
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