A nossa (dú)vida
- O que você quer, afinal?
A pergunta me encarou nos olhos e me chacoalhou pelos ombros. Eu, em silêncio, mortificada. Eu, sendo, sem saber responder. E a pergunta ali, deitada na cama entre nós. Eu sei, era uma pergunta geral. Você queria saber o que eu queria da vida, o que eu queria pro jantar, ou o que eu queria assistir. Mas eu, engasgada com minhas expectativas reprimidas, não conseguia interpretar a pergunta. E pensava no que eu queria. No que eu queria de você.
Reviro os olhos pra poder enxergar dentro de mim. Eu, que não queria uma alma gêmea. Logo eu, menina que dormia fácil ao lado de quem confiava. Logo eu, que respeitava seus silêncios por desejar que respeitassem os meus. Eu só sabia muito bem o que eu não queria.
Eu não queria que você me contasse todas as suas experiências. Eu não queria que você segurasse minha mão sempre. Eu não queria que você fosse morar fora. Eu não queria ser sua namorada. Eu não queria passar tardes me sentindo solitária porque não conseguiram me entender como você entende. Eu não queria que você me observasse dormindo. Eu não queria que você lesse todo meu caderno, nem que você jogasse cinzas de cigarro na cama. Eu não queria que você me olhasse com olhos de quem julga, e não queria que você me ligasse pra dizer que não se importa, porque eu acreditaria. Eu não queria que você se apaixonasse por ninguém, só por mim.
Daí eu achei algo que eu queria.
Que você gostasse de mim.
Que você fosse apaixonado por mim. De verdade. Com vontade. Com entrega.
E não precisaria ter amanhã. Não precisaria ter dia seguinte, nem planos pra semana que vem. Não precisaria ter jantar, nem fotos, nem registros. Só a sensação.
É, eu queria isso.
- E então, o que você quer?
Respiro fundo. Empurro a pergunta e cerro os dentes num sorriso.
- Não sei. Escolhe você.
Sua vez. O que você quer de mim?
A pergunta me encarou nos olhos e me chacoalhou pelos ombros. Eu, em silêncio, mortificada. Eu, sendo, sem saber responder. E a pergunta ali, deitada na cama entre nós. Eu sei, era uma pergunta geral. Você queria saber o que eu queria da vida, o que eu queria pro jantar, ou o que eu queria assistir. Mas eu, engasgada com minhas expectativas reprimidas, não conseguia interpretar a pergunta. E pensava no que eu queria. No que eu queria de você.
Reviro os olhos pra poder enxergar dentro de mim. Eu, que não queria uma alma gêmea. Logo eu, menina que dormia fácil ao lado de quem confiava. Logo eu, que respeitava seus silêncios por desejar que respeitassem os meus. Eu só sabia muito bem o que eu não queria.
Eu não queria que você me contasse todas as suas experiências. Eu não queria que você segurasse minha mão sempre. Eu não queria que você fosse morar fora. Eu não queria ser sua namorada. Eu não queria passar tardes me sentindo solitária porque não conseguiram me entender como você entende. Eu não queria que você me observasse dormindo. Eu não queria que você lesse todo meu caderno, nem que você jogasse cinzas de cigarro na cama. Eu não queria que você me olhasse com olhos de quem julga, e não queria que você me ligasse pra dizer que não se importa, porque eu acreditaria. Eu não queria que você se apaixonasse por ninguém, só por mim.
Daí eu achei algo que eu queria.
Que você gostasse de mim.
Que você fosse apaixonado por mim. De verdade. Com vontade. Com entrega.
E não precisaria ter amanhã. Não precisaria ter dia seguinte, nem planos pra semana que vem. Não precisaria ter jantar, nem fotos, nem registros. Só a sensação.
É, eu queria isso.
- E então, o que você quer?
Respiro fundo. Empurro a pergunta e cerro os dentes num sorriso.
- Não sei. Escolhe você.
Sua vez. O que você quer de mim?
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