3 da manhã.

Estou desaparecendo aos poucos. Nas suas lembranças. Nos meus passos. Nos meus olhos. No meu quarto. Aos poucos, fui absorvida pela amargura. Absorta em minhas próprias preocupações mundanas.
"Ele vai ligar?"
"Ela vai gostar?"
"Até quando vou ficar aqui?"
Por que isso importa? Essa é uma questão relevante.
Tentei dissolver poesia na minha língua e derramar na sua boca. Arranquei paixão dos meus poros pra poder preencher sua vida vazia. Dancei todas as linhas do meu corpo ávido para a sua fragilidade ganhar algum tom mais forte. Eu dei minha vida pra você, e você a amargou.
Eu estou exausta de ser tudo. Estou exausta para suportar. Meus ombros já não aguentam mais. Eu sou um eco, um agouro, eu cedi.
Eu estou, finalmente, me esvaindo, a cada minuto.
Eu estou, final, me esvaindo, cada minuto.
Eu, final, esvai, minuto.
Eu, f     ,       i, m        .
Enfim, e
               u
                  c
                     a
                        í.
Enfim, -- Eu, fim.

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