Cabíria.

Deitei-me exausta e descartável. Outro amor plástico para minha coleção de memórias fadadas à desgraça. Sou infame, sou Cabíria.
Provei letra por letra na minha boca elétrica e tão inclinada a satisfazer qualquer um disposto a me amar. Saboreei cada uma das sílabas: Rejeição.
Meus lábios amargos arfam, lambem e se arreganham em sorrisos e linguagens de desespero e orgulho: Eu amo aquilo que vejo. Eu amo aquilo que desejo. Eu desejo qualquer coisa que possa me amar de volta.
Sou ingênua, pura, puta. Sou prostituta. Sou feita de sonhos e busca.
Sou Cabíria, sou desgosto. Sou pequenina, sou energia. Sou amor e decadência.
Eu sou aquela que está à margem, sou os olhos à espreita.
Eu sou só Cabíria. Só.

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