Quaintrelle
Eu que sou mulher, violento o mundo e sua falsa prudência. Eu, mulher, de sangue quente, não preciso me provar pra ninguém. Eu, mulher, não abaixo a cabeça nem acato correntes. Minhas barreiras são impostas por mim, e quebradas por mim. Eu, mulher, fera, fêmea. Não preciso de movimentos para me movimentar. Não preciso de reconhecimento para afirmar minha história de luta, de sangue, de vitória. Eu sou Constança de Altavilla, e dei à luz uma criança cuspida em armadura. Eu sou Capitu, e meus olhos de ressaca se eternizarão nas mais belas palavras. Eu sou Pagu, e luto pelo que quero, acredito. Eu sou todas elas e sou forjada no ferro. Eu sou a que colore o mundo, a que dá amor e guarda, sim, muito rancor. Eu sou mulher de ternura, mas cuidado, que eu não preciso de conselho. Eu que sou mulher e bela, vou seguir meu coração, mas vovó já dizia que quem muito abaixa deixa o rabo aparecer, e meu rabo só aparece se eu deixar. E vovó, que era três vezes mais mulher que eu sabia o que dizia, assim como eu devo saber o que faço.
Eu, mulher, arranho o peito dos desavisados. Eu, mulher, me rendo, e depois disso ataco. Remarco, refaço. Eu-mulher transformo. Eu, sendo ela, estouro os tímpanos daqueles que não sabem ou preferem não ouvir. E minha voz grita e dança, sofre e canta, pra dar ao mundo algum sentido não-ficcional e verossímil. Eu-mulher sou. E sou suprema, e sou sozinha, e sou sem precisar ser. Eu, mulher, inteira.
Eu, mulher. Eu, leoa. Eu, quimera.
Eu não preciso da complacência do mundo. Eu não preciso de apoio. Eu não preciso da sua pena.
Eu, mulher, sou força-motriz do Universo.
Eu-mulher, eu-abrigo. Eu, que gero tudo.
Eu-mulher, não-frágil. Eu, mulher, emoção.
Eu sou o todo. Eu que sou mulher.
Eu, mulher, arranho o peito dos desavisados. Eu, mulher, me rendo, e depois disso ataco. Remarco, refaço. Eu-mulher transformo. Eu, sendo ela, estouro os tímpanos daqueles que não sabem ou preferem não ouvir. E minha voz grita e dança, sofre e canta, pra dar ao mundo algum sentido não-ficcional e verossímil. Eu-mulher sou. E sou suprema, e sou sozinha, e sou sem precisar ser. Eu, mulher, inteira.
Eu, mulher. Eu, leoa. Eu, quimera.
Eu não preciso da complacência do mundo. Eu não preciso de apoio. Eu não preciso da sua pena.
Eu, mulher, sou força-motriz do Universo.
Eu-mulher, eu-abrigo. Eu, que gero tudo.
Eu-mulher, não-frágil. Eu, mulher, emoção.
Eu sou o todo. Eu que sou mulher.
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