Estranha imperfeita.

Sou estranha. Não é estranha de um jeito ruim - é estranha de diferente. Observo as pessoas mais do que deveria. Encontro a arrogância momentânea, quase imperceptível, no rosto de quem parece ser feito de ternura. Encontro a fraqueza no impenetrável, a doçura em quem tem cara de mau. Porque ninguém nunca se dá ao trabalho de olhar nos olhos das pessoas? Todos sempre tão presos a essa corrida, querendo ir sempre à algum lugar, com um compromisso importante demais para ser adiado. E eu sempre me perco entre o ponto e a passagem, porque não consigo ter tanta pressa em viver. Fico pensando sobre como sentir e perco o controle do sentimento, e de repente, tudo ao meu redor se transforma em milhares de terminações nervosas. Eu quero sentir a chuva, o sabor, o perfume.
Sim, sou estranha. Quando as pessoas desistem no primeiro momento de uma causa impossível, eu vou lá, me descabelo, choro, desidrato, grito que vou deixar de lado, mas simplesmente não consigo. Não arredo pé até conseguir. Gosto de pensar que é pela minha força de caráter, mas a maioria das pessoas diz só que eu sou teimosa.
Eu sou tantas coisas, e preciso sempre escrever sobre isso, antes que esqueça quem eu era. Quem eu sou.

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