Insegurança

Nó na garganta, mãos trêmulas enfiadas no bolso. Olhe para baixo, eu penso. Por que todos são tão melhores? Eles são lindos, charmosos e infinitamente mais inteligentes, não é?
- Não. - eu quero responder. Mas não respondo. Respiro fundo.
- Me escute. Você precisa ser melhor. - eu ouço os sussurros.
Continuo andando meu passo tímido, mãos nos bolsos, olhos baixos.
- Eu sou ótima. - replico, impaciente.
- Não é boa o suficiente. - o sussurro devolve.
Meu passo estanca, meus olhos enchem de lágrimas.
- Quem é você, afinal? - eu questiono.
- Insegurança. - ela responde.
- Dona Insegurança, pode me deixar em paz? - imploro.
- Deixe-se em paz.
Sim, eu preciso me deixar em paz.
Eu preciso.

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