Vai ver
Preguiçoso, com os olhinhos que brilhavam mais que qualquer coisa que eu já havia visto. Aqueles olhos tão claros e brilhantes, tão familiares. O enrugadinho das suas bochechas quando você sorri querendo dizer alguma coisa que eu entendo sem que você diga. Eu deito no seu colo e você mexe no meu cabelo.
Você é meu melhor amigo, quero dizer, e eu amo você. Mas eu não digo, porque não precisa. Eu me mexo, eu falo da minha vida. E você, sempre tão despretensioso, sempre tão atencioso, sempre um poço de amor, vem me dizer. Menos. Goste menos, Dani. Só um pouquinho, mas goste menos. E eu finjo que é assim que faço, porque você merece que eu ouça seus conselhos. Você diz que é infeliz, e eu faço cara de dor. Nós dois fazemos cara de dor. Porque eu sou infeliz por você ser infeliz e por tantos outros motivos, mas se poderia haver algum motivo pro meu dia começar bem, é por saber que você estará lá por mim. Você pisoteia meu coração.
Eu sento, mexo no seu cabelo. Você é lindo, meu irmão.
Você me dá as mãos, me segura, me sustenta. Fica comigo, só mais um pouco, porque eu sempre preciso de um pouco mais de companhia. E eu nunca sei como agradecer, mas agradeço mesmo assim, apesar de nunca parecer o suficiente. São tantas declarações na minha garganta, que parece que eu vou sufocar. Sufoco a gargalhada quando você implica comigo. Sufoco a saudade miserável que sinto quando você passa qualquer tempinho longe de mim. Goste menos, Dani, eu digo a mim mesma pra seguir o seu conselho. Só não consigo gostar menos de você.
E nessa imensidão de palavras, eu nunca tenho mais nada a dizer, porque eu já digo com os olhos. Você diz com os olhos. Eu odeio você. Eu amo você. Eu preciso de você. Você é meu irmão. Você é uma parte, uma necessidade, um vício para o meu coração. É patológico, psicológico e espiritual. Vai ver amizade é isso. Vai ver amor de irmão transcende a coisa toda. Vai ver que sua super-proteção tenha sentido, e meus ciúmes sejam justificáveis, e vai ver com esse amor a vida fique mais fácil.
(Dedicado à Victor Alves de Moraes.)
Você é meu melhor amigo, quero dizer, e eu amo você. Mas eu não digo, porque não precisa. Eu me mexo, eu falo da minha vida. E você, sempre tão despretensioso, sempre tão atencioso, sempre um poço de amor, vem me dizer. Menos. Goste menos, Dani. Só um pouquinho, mas goste menos. E eu finjo que é assim que faço, porque você merece que eu ouça seus conselhos. Você diz que é infeliz, e eu faço cara de dor. Nós dois fazemos cara de dor. Porque eu sou infeliz por você ser infeliz e por tantos outros motivos, mas se poderia haver algum motivo pro meu dia começar bem, é por saber que você estará lá por mim. Você pisoteia meu coração.
Eu sento, mexo no seu cabelo. Você é lindo, meu irmão.
Você me dá as mãos, me segura, me sustenta. Fica comigo, só mais um pouco, porque eu sempre preciso de um pouco mais de companhia. E eu nunca sei como agradecer, mas agradeço mesmo assim, apesar de nunca parecer o suficiente. São tantas declarações na minha garganta, que parece que eu vou sufocar. Sufoco a gargalhada quando você implica comigo. Sufoco a saudade miserável que sinto quando você passa qualquer tempinho longe de mim. Goste menos, Dani, eu digo a mim mesma pra seguir o seu conselho. Só não consigo gostar menos de você.
E nessa imensidão de palavras, eu nunca tenho mais nada a dizer, porque eu já digo com os olhos. Você diz com os olhos. Eu odeio você. Eu amo você. Eu preciso de você. Você é meu irmão. Você é uma parte, uma necessidade, um vício para o meu coração. É patológico, psicológico e espiritual. Vai ver amizade é isso. Vai ver amor de irmão transcende a coisa toda. Vai ver que sua super-proteção tenha sentido, e meus ciúmes sejam justificáveis, e vai ver com esse amor a vida fique mais fácil.
(Dedicado à Victor Alves de Moraes.)
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